sábado, 14 de abril de 2018

Seguia, 
humano,
a pulsão desejante. 
O novo lhe deslumbrava
Como intrínseca que era 
Sua sede pela busca.
A despeito de tudo o que experimentava desimpedido,
Queria um novo
Que desta vez 
lhe pertencesse. 
Um êxito, 
Construção de agradável rotina.
A passos largos 
Vislumbrou o objetivo 
Erguendo-se bem à sua frente. 
Contudo,
Algo lhe faltava à percepção.
O que poderia ser?
A tela em branco agora lhe fitava,
Intrigante, 
dando-lhe infinitas opções.
Indecisão.
Uma certa pressa em preenchê-la,
Antes que a mente se ocupasse 
Da inquietante solidão 
Que já se camuflava por entre as vísceras. 
Faltava-lhe as cores de antes, 
Aquelas que lhe assistiam
Confidenciar sua fragilidade,
Exigir-se sobremaneira,
Traduzir em linhas o coração,
Exultar-se dos triunfos.
Faltavam-lhe as flores daquele jardim

Que nunca fora seu.