quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

venha procurar o meu vermelho.
ver o branco
e o vermelho,
no azul.
oh honey,
oh oh honey!
don't try to be me!

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Lembro-me de ter visto certa vez um ser deplorável.
E na sua santa idiotisse pensava que pensava.
Quase que num impulso repulsivo exclamei:
"Minha nossa, só faltava ser pagodeiro!"

*Impulsivamente não se pode fugir dos instintos e esconder as preferências pessoais. Fui imparcial e tendenciosa. Não estou dizendo, portanto, que odeio quem ouve pagode pelo simples fato de ouvirem pagode. Não gosto de pagode. Como não aprovo a onda sertaneja que invadiu a minha cidade e praticamente toda a massa da regional sul. Não faço parte da cultura massificada, que ora requebra as cadeiras na internacionalização do funk das favelas do rio, ora chora as mágoas da cornisse dos sertanejos que não conhecem sertão e peões que não visitam fazendas. As diferenças são fundamentais, essenciais, estremamente necessárias. DIFERENÇAS, pelo amor de Zeus! Tento não ter preconceito contra as pessoas que se aprofundam em ideologias e modos de sentir tão vazios. Mas gosto é gosto e se mesmo assim existir alguma crítica importante no meio disso tudo, que sambem e rebolem à vontade. Eles de lá, eu de cá. Afinal, tenho o direito de não gostar de pagode.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Eu não quero viver para sempre,
não quero cair para sempre,
e não quero o feliz para sempre.
Não quero uma eterna alegria nem eterna angústia.
Nem jardins sempre floridos,
nem abismos sem fim.
Porque foi-se um dia a infantilidade dessa crença.
E se não fosse assim,
francamente,
eu preferiria não participar de nada.
Nunca falei que eu seria boazinha.
Desconsiderei promessas.
Permiti que o mundo me surpreendesse.
E nem por isso me tornei menos amarga.
Ou menos doce.
É simples notar que trata-se de personalidade.
E personificação,
já dizia o português,
trata-se de caracterição humana.
Não quero ser des-humana,
nem sobre-humana.
Eu sou Bárbara.
Sou isto e só.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Droga! Lá vou eu.
Cada dia mais lembrando minha mãe.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

A Seta e o Alvo

Eu falo de amor à vida,
Você de medo da morte.
Eu falo da força do acaso
E você de azar ou sorte.

Eu ando num labirinto
E você numa estrada em linha reta.
Te chamo pra festa,
Mas você só quer atingir sua meta.
Sua meta é a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.

Eu olho pro infinito
E você de óculos escuros.
Eu digo: “Te amo!”
E você só acredita quando eu juro.

Eu lanço minha alma no espaço,
Você pisa os pés na terra.
Eu experimento o futuro
E você só lamenta não ser o que era.
E o que era?
Era a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.

Eu grito por liberdade,
Você deixa a porta se fechar.
Eu quero saber a verdade
E você se preocupa em não se machucar.

Eu corro todos os riscos,
Você diz que não tem mais vontade.
Eu me ofereço inteiro
E você se satisfaz com metade.
É a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa não te espera!

Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?

Sempre a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.

Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Mas que coisa, não?
Como é bom evoluir!
E quanta coragem, admirou hoje uma amiga muito estimada, tem essa menina!
Sim, eu tenho muita coragem.
E tenho vontade.
Isso é o que importa.
Porque muitas e muitas vezes acabo caindo no impulso pessimista que brota dentro de mim mesma. Mas o que tem brotado em mim agora não é nada disso. É um amor.
O amor que eu trago agora não começou com uma paixão.
Não começou com uma conquista boba cheirando a cerveja barata.
Nem com vontades contidas de dar um telefonema.
Nem muito menos com a provocação de fazer falta a quem se quer.
Pelo contrário.
O amor que há aqui, neste instante, nasceu quando eu menos esperava, e quando eu mais esperava, ao mesmo tempo.
Ele veio do desespero, sim, mas se tornou mais que uma causa. Tornou-se o amor de uma vida.
Não há nada que eu queira mais do que viver isto que vivo.
Esse amor lindo veio de muitas coisas. De muitas bobagens, de frases, de beijos e de raiva. E tudo isso se concentrou em apenas uma coisa. O próprio AMOR.
Ele está em mim agora.
Não há nada mais perfeito no mundo do que sentir que eu mesma fui capaz de gerar uma vida, independente da minha, com suas vontades, choros e rostinho lindo...
Nada mais feliz do que entender que este amorzinho é meu, é nosso, é uma pessoa maravilhosa que encantará o mundo!
Eu vou ser mãe.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Afeto

Como demonstrar afeto no espaço contido?
É preciso muita sutileza
Olhares vagos
Palavras tímidas
Gestos quase gestos
E no entanto
Há um intenso
Por enquanto tenso
Olhar imenso
Infelizmente imerso
No universo
Do contido
O grito litro de sangue do afeto perdido
O leite derramado no leito solitário
A pele atrai a pele
Como o olhar o olhar
Enquanto desce o decote
Lentamente
Discretamente
Infelizmente
A vida é mente
A vida mente
Avidamente
E a morte vence
No espaço do contido
Obviamente

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

O tempo voltou a correr.
Desde aquele dia em que estava parado.
Bem que eu já imaginava
que ele voltaria a acertar suas areias.
Talvez porque faltem, hoje, beijos,
faltem promessas que não se deva ouvir.
Talvez porque
não hajam porquês que o façam estagnar de vez,
uma vez que tudo passa, e, se não passa,
é a morte, medonha, a chegar.
O tempo que cura as feridas,
o que desfaz sorrisos e os substitui por outros.
O que faz dizer coisas que não dizem nada.
Que amedronta e acaba,
Fere, e deixa ferir.
Que traz como brisa,
algo que nem se espera.
Como folhas, voando numa tarde fria,
que distraem o pensador no parque.
É a este mesmo que me refiro.
É a ele que penso entender.
Olhando para o grande senhor da razão,
em frente aos seus grandes ponteiros
que nenhum homem conseguiu imitar,
em frente a ele é que eu sorrio,
com uma lucidez silenciosa.

domingo, 16 de setembro de 2007

Admirável Mundo Novo

Acho que uma parte da história deveria mesmo morrer.
(Eu que sempre primei pela preservação do que foi vivido, tenho que admitir que a memória é mais atraente que o registro. Até porque na minha memória ninguém mexe. E se mexe não me faz falar.)
Acho que uma parte da história deveria mesmo morrer.
Como aquela parte em que você fala algumas mentirinhas para o seu ex namorado (até então o cara com quem você está) só pra ele parar de se sentir tão inferior, despir-se do instinto depressivo-suicida e começar a se achar gente do seu lado.
Não falo em esquecer por arrependimento. Algumas coisas mudam, como o hábito de contar mentiras para que se sintam gente.
Algumas coisas nunca mudam, mesmo que se espere. Como por exemplo a chicletisse sem sentido de pessoas que insistem em manter contato mesmo sem nada pra dizer.
Falo em apagar o passado pelo seguinte motivo: o infeliz infame desgraçado e pobre diabo precisa se sentir amado. Nem que seja com mentiras!

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Você não sofre porque não sente o que eu sinto
Há um iceberg em você que eu tenho que derreter
Que tipo de piscina terá
embaixo desse trampolim?
Que pulo que eu vou ter que dar
pra não me ferir?

Porque acordar sem você
é ficar cego no amanhecer
É assistir o fim do mundo,
depois escurecer
E eu no meio disso tudo sem saber
Que já estamos no início
do que vamos ser.

Hoje eu não acordei.
Hoje eu não vou dormir.
Hoje eu nunca te dei.
Hoje eu quero partir.
pois quando penso em você

é quando não me sinto só

com minhas letras e canções

com o perfume das manhãs

com a chuva dos verões

com o desenho das maçãs

com você me sinto bem...

domingo, 9 de setembro de 2007

Até amanhã...
Doce amanhã....
Verde com vermelho...

sábado, 8 de setembro de 2007

"seria mais fácil fazer como todo mundo faz
o caminho mais curto,
produto que rende mais.

seria mais fácil fazer como todo mundo faz
um tiro certeiro,
modelo que vende mais.


mas nós
dançamos no silêncio,

choramos no carnaval,
não vemos graça nas gracinhas da tv,
morremos de rir no horário eleitoral.

seria mais fácil fazer como todo mundo faz
sem sair do sofá,
deixar a ferrari pra trás.

seria mais fácil, como todo mundo faz
o milésimo gol
sentado na mesa de um bar.


mas nós
vibramos em outra freqüência,

sabemos que não é bem assim.
se fosse fácil achar o caminho das pedras
tantas pedras no caminho não seria ruim"
"eu me lembro muito bem,
como se fosse amanhã,
o sol nascendo sem saber
o que iria iluminar.
eu abri meu coração
como se fosse um motor
e na hora de voltar
sobravam peças pelo chão.
mesmo assim eu fui à luta...
eu quis pagar pra ver

aonde leva essa loucura?
qual é a lógica do sistema?
onde estavam as armas químicas?
o que diziam os poemas?

afinal de contas
o que nos trouxe até aqui,
medo ou coragem?
talvez nenhum dos dois
sopra o vento
um carro passa
pela praça
e já foi...
já foi.
por acaso eu fui à luta...
eu quis pagar pra ver.

aonde leva essa loucura?
qual é a lógica do sistema?
onde estavam as armas químicas?
o que diziam os poemas?

o tempo nos faz esquecer
o que nos trouxe até aqui
mas eu lembro muito bem
como se fosse amanhã.

quem prometeu descanso em paz
pra depois dos comerciais?
e quem ficou pedindo mais
armas químicas e poemas?"

terça-feira, 4 de setembro de 2007

...palavras e silêncios que jamais se encontrarão...

minha balada de agosto será sempre uma balada de agosto
que não se estenderá por setembro
I know the difference,
Between myself and my reflection.
I just can't help but to wonder,
Which of us do you love.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

mais!
.
do mesmo.

domingo, 2 de setembro de 2007

De olho nos políticos.
Na entrevista.
Nas ruas,
nas chuvas,
no Ministério da Fazenda.
Prestando a atenção em algo
fora do próprio umbigo.
Aqui, curtindo uma verborragia.
-É?
-É.
-Certeza?
-Não.
o cavalo em 7 de setembro...
anda,
caga,
e é aplaudido.
Flor da Pele


Ando tão à flor da pele
Que qualquer beijo de novela me faz chorar.
Ando tão à flor da pele
Que teu olhar flor na janela me faz morrer.
Ando tão à flor da pele
Que meu desejo se confunde com a vontade de nem ser.
Ando tão à flor da pele
Que a minha pele tem o fogo do juízo final.

Um barco sem porto,
Sem rumo, sem vela,
Cavalo sem sela.
Um bicho solto,
Um cão sem dono.
Um menino, um bandido.
Às vezes me preservo,
noutras suicido.


Não acabarão com o amor,

nem as rusgas,

nem a distância.

Está provado,

pensado

verificado.

Aqui levanto solene

minha estrofe de mil dedos

e faço o juramento:

Amo

firme

fiel

e verdadeiramente.

Vladimir Maiakovski

Minha Casa

Minha Casa

É mais fácil cultuar os mortos que os vivos.

Mais fácil viver de sombras que de sóis.
É mais fácil mimeografar o passado
que imprimir o futuro.
Não quero ser triste
como o poeta que envelhece
lendo Maiakóvski na loja de conveniência.
Não quero ser alegre
como o cão que sai a passear com o seu dono alegre
sob o sol de domingo.
Nem quero ser estanque
como quem constrói estradas e não anda.
Quero no escuro
como um cego tatear estrelas distraídas.

Amoras silvestres no passeio público.
Amores secretos debaixo dos guarda-chuvas.
Tempestades que não param,
pára-raios quem não tem,
mesmo que não venha o trem não posso parar.

Veja o mundo passar como passa

uma escola de samba que atravessa.
Pergunto onde estão teus tamborins...
Pergunto onde estão teus tamborins...
Sentado na porta de minha casa,
a mesma e única casa,
a casa onde eu sempre morei.

sábado, 1 de setembro de 2007

Scrap sobre a comunicação orkutiana.
Não adiciono quem não conheço.
Mal falo com estranhos, a não ser que eles me interessem.
E poucos, na verdade, me interessam.
Um ou dois?
Sim, já conheci orkutianos adoráveis.
Claro que já!
Ah, sim! O scrap!

"não é tanto pelas tragédias que acontecem, não..
bem, disso quase nem tenho medo.
morrer é morrer.
se machucar em vida é o que é pior.
estou farta de mentiras, farta de ficar argumentando, de levar papos normais, sempre iguais.
Quero algo absurdo... se é que quero.
Bom, é o que eu menos deixo de repugnar no momento, se é que você me entende.
Mas é a vida...
orkut é uma loucura.
Rotina e senso comum é uma merda!"

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Eram vários caminhos.
E eu nunca sabia qual deles tomar.
E minha indecisão me deixava cada vez mais aflita.
Seguiria eu os meus impulsos?
Ou andaria pela verdade mais lógica, mais consistente?
Mas que diabos é isso?
...
Sem respostas.
De um lado, um profile no orkut.
Quanta honra em ser uma pessoa livre!
E o que vale o amor de uma pessoa?
O que vale o amor?
Se nada vale,
bem, me importo...
Mas não deixarei isso me ferir.
Não mais.
Quanto orgulho em encher a cara todos os dias da semana
pra esquecer que quando se chega em casa
o vazio é maior que todos aqueles minutos rindo à toa.
Pra não chorar.
Pra mentir pra si mesmo e aos outros
que não há solidão alguma quando se está entorpecido.
De que vale o meu amor?
E se eu o amasse?
Eu não quero isso seja lá o que isso for.
Por um beijo...
não vou me sujar.
Não vou mentir que não há amor.
E quem me ama me entende.
Quem me ama me dá a mão.
E é sincero, sem que isso doa.
E a quem eu amo?
Será que há algo... ?
Bem, não há hipocrisia.
Eu omito os fatos, sim.
Mas há caminhos...
e caminhos...
eles estão na minha frente.
E eu me permito sonhar!
Olho para os lados.
É, é um ultimato.
Estou prestes a decidir.
Não depois.
Agora.
Não talvez.
É sim ou não.
Adeus caminho que aqui fica.
Caminho novo,
levanto meus olhos e sigo.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Meu coração vive cheio de amor e deserto

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

"Ouça o que eu vou dizer,
meu bem me ouça,
o que ele precisa é de uma camisa-de-força.
Você é a minha cura
(se é que alguém tem cura)
você quer que eu cometa uma loucura?
Se você me quer...
cometa!"
Disritmia
(essa é pra você, que não vai ler)

Eu quero me esconder debaixo
Dessa sua saia, pra fugir do mundo.
Pretendo também me embrenhar
No emaranhado, desses seus cabelos.
Preciso transfundir teu sangue
Pro meu coração, que é tão vagabundo.

Me deixe te trazer num dengo
Pra num cafuné fazer os meus apelos.
Me deixe te trazer num dengo
Pra num cafuné fazer os meus apelos.

Eu quero ser exorcizado
Pela água benta, desse olhar infindo.
Que bom é ser fotografado
Mas pelas retinas dos seus olhos lindos.
Me deixe hipnotizado
Pra acabar de vez com essa disritmia

Vem logo, pra curar teu nego
Que chegou de porre lá da boemia
Vem logo, vem curar,
vem curar teu nego que chegou,
que chegou de porre lá da bo...
lá da boemia

Me deixe hipnotizado
Pra acabar de vez!

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

O dia em que eu quase fiquei famosa!
http://www.javno.com/en/lifestyle/clanak.php?id=52355

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

puta alegria de estar viva!

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Ah, sim! Havia me esquecido!
Os verdes estão verdes.
Isto é,
não estão maduros.
Ãhn? Ãhn?
Preferia que estivessem no ponto.
E o vermelho...
bem...
esse chega até a cair de maduro!

hauahuahauhauahuahauha

domingo, 19 de agosto de 2007

vermelho.





cadê o verde?

sábado, 18 de agosto de 2007

Dor na testa e não é chifre.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

"Cegante ignorância nos ilude.
Ó miseráveis mortais, abri os olhos"
------------- Leonardo DaVinci
Eva mordeu a maçã para adquirir conhecimento.
Ela quebrou seu mundo seguro, cego e perfeito.
Foi condenada a viver na dor, na angústia inquietante
e na incerteza de todo dia.
Ela era uma mulher,
deveria viver subordinada.
Foi condenada por um deus,
sua própria consciência expandida.
Uma visão ampla de mundo implica certas conseqüências.
Eu tenho, em minhas mãos, a maçã.
"Mas o acaso não existe.
Quando alguém encontra algo de que verdadeiramente necessita,
não é o acaso que tal proporciona,
mas a própria pessoa;
seu próprio desejo e sua própria necessidade a conduzem a isso."
---------------------------------Herman Hesse
As massas,
manipuláveis,
deixam-se levar ao morticínio,
acreditando tratar-se de um ato heróico.
Os líderes,
soberanos,
acabam por crer que são deuses,
e morrem na amargura de não conseguirem recriar o mundo.
eu vejo as pessoas dizendo coisas perfeitas
enquanto seus olhos choram e dizem o contrário.

E tudo o que fazem leva a crer,
à primeira vista,
que estão felizes.
Isto porque não querem admitir,
nem a si mesmas,
que precisam de alguém,
que sua vida é incompleta,
que pisam no vazio.
Ante a miséria da vida
as mãos se juntam.
Os olhos recaem sobre o alto.
Mas de que valerá
uma única súplica?
Pois,
as valorosas súplicas
apenas são válidas com a freqüência.
A freqüência advinda da desgraça.
Estas,
que ferem,
por fim,
a dignidade do homem.
O tempo parou.
São quatro horas exatamente.
O relógio piramidal insiste em me lembrar do dia em que tudo começava a fazer sentido.
Como agora.
Tudo certo.
Tudo bem.
Mas um resquício de tristeza vem me torturar.
Sem motivo,
talvez,
sem propósito.
Não posso acreditar que existam pessoas que me queiram tão mal.
Menos ainda posso crer que isso possa me afetar tanto.
"A vida é assim...
eu tenho que me acostumar.
Os dias irão surgir,
O Sol irá brilhar... aqui."
Flores...
E eu celebro.
Vinho, rosas brancas, beijos.
Eu te quero.
Abrace-me e faça tudo isso ir embora.

_______

Meus pés me levarão para longe.
Meus pés me levarão aonde devo ir.
Às vezes me surpreendo em frente à sua porta.
Às vezes meus dedos não esquecem seu telefone.
Às vezes minha mente ainda diz seu nome.
Às vezes meu coração diz que ainda te ama.
Há dias em que o maior desafio que existe é ficar sozinha e estar bem.
O passado sempre estraga tudo,
e por isso tenho que estar longe.
"Eu digo que sou complicada
Você diz que eu sou perfeita.
Eu digo que tenho medo
e você abre seus braços para mim.
Eu preciso aprender a sentir.
Você abre seu coração e me faz crer.
Eu receio não poder viver sem as lágrimas
e você chora comigo durante a noite.
Todas as horas,
no escuro,
sentindo você tão perto,
querendo morrer aqui.
Tão fria longe de você,
parecendo a rainha dos montes congelados,
do isolamento,
cercado pelo rio de lágrimas que eu chorei.
Afastando-me de tudo,
saindo da dor,
adentrando o silêncio.
Solidão.
E você está lá,
lá onde eu construí meu castelo.
Meus rios chorosos encontraram os seus,
e agora lamentamos juntos.
Nos abraçamos,
e eu acho que nunca estarei sozinha."
Paranóia.
Paranóia livre.
Os espaços tomando forma.
Tudo é cultura.
Tudo é o vazio.
Letras,
números,
lendas,
dias.
Tudo o que me cerca
é o combustível da paranóia.
Um ser,
outro ser.
Padrão,
lembrança,
novidade e medo.
Nisso se resume a existência humana
medo, vida e morte.
Então...
Já chega.
Sim? Sim...
Não? Não...
Não vou falar mais nada,
não vou fazer mais nada
e é só.
Não vou fazer tudo sozinha!
Não vou!
É isso.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

hahaha!!
me procure aonde você quiser.
me procure o quanto quiser.
você NÃO vai me encontrar.
i´m out, baby!
forget it!

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

"In vino veritas

O homem bebe o vinho
ou o vinho bebe o homem?
Serão ambos, unidos,
que a si mesmos consomem?

O vinho envelhece
ou envelhece o homem?
Resistirá a prece
ao que os vermes comem?

O homem bebe vinho
e o vinho bebe o homem.
Depois, no descaminho,
os dois secam e somem."
"A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina.
Eu acho que o verdadeiro ciclo a vida está todo de trás pra frente.
Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso.
Daí viver num asilo,
até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo.
Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar.
Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria.
Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara pra faculdade.
Você vai pro colégio, tem vários namorados, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando....
E termina tudo com um ótimo orgasmo!!!
Não seria perfeito?"
----------------------- Charles Chaplin
Não é preciso que seja perfeito pra que possa dar certo.
Não é preciso dar certo pra que seja perfeito.

E é assim,
suspirando em seus braços,
que me despeço.
E quem disse que toda despedida deve ser ruim?
Seu perfume ainda em mim,
e o que isso significa?
Ainda somos os mesmos,
porém diferentes.
Creio que sabemos bem disso.

sábado, 11 de agosto de 2007

"... Eu me desnudo emocionalmente quando confesso minha carência – que estarei perdido sem você, que não sou necessariamente a pessoa independente que tentei aparentar. Na verdade, não passo de um fraco, cuja noção dos rumos ou do significado da vida é muito restrita. Quando choro e lhe conto coisas que, confio, serão mantidas em segredo, coisas que me levarão à destruição, caso terceiros tomem conhecimento delas, quando vou a festas e não me entrego ao jogo da sedução porque reconheço que só você me interessa, estou me privando de uma ilusão há muito acalentada de invulnerabilidade. Me torno indefeso e confiante como a pessoa no truque circense, presa a uma prancha sobre a qual um atirador de facas exercita sua perícia e as lâminas que eu mesmo forneci passam a poucos centímetros da minha pele. Eu permito que você assista a minha humilhação, insegurança e tropeços. Exponho minha falta de amor-próprio, me tornando, dessa forma, incapaz de convencer você (seria realmente necessário?) a mudar de atitude. Sou fraco quando exibo meu rosto apavorado na madrugada, ansioso ante a existência, esquecido das filosofias otimistas e entusiasmadas que recitei durante o jantar. Aprendi a aceitar o enorme risco de que, embora eu não seja uma pessoa atraente e confiante, embora você tenha a seu dispor um catálogo vasto de meus medos e fobias, você pode, mesmo assim, me amar..."
"Quantas vezes eu estive cara à cara com a pior metade?
A lembrança no espelho, a esperança na outra margem.
Quantas vezes a gente sobrevive à hora da verdade?
Na falta de algo melhor
nunca me faltou coragem.
Se eu soubesse antes o que sei agora
erraria tudo exatamente igual.

Tenho vivido um dia por semana
acaba a grana, mês ainda têm.
Sem passado nem futuro,
eu vivo um dia de cada vez.
Quantas vezes eu estive cara à cara com a pior metade?
Quantas vezes a gente sobrevive à hora da verdade?
Se eu soubesse antes o que sei agora
iria embora antes do final.

Surfando karmas e DNA,
não quero ter o que eu não tenho,
eu não tenho medo de errar.
Surfando karmas e DNA,
não quero ser o que eu não sou
eu não sou maior que o mar.

Na falta do que fazer inventei a minha liberdade."
When you were here before,
couldn't look you in the eye.
You're just like an angel,
your skin makes me cry.

But I need to face you.
I need to face all the words you said to me.
And I'm just like a child right now.
Cause of you.
And all that I had to know,
you told me...
you told me.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

mas, isso nao é bom!
que não seja...

é só interpretação!
nem tudo.
a grande maioria
q seja...

conversas simultâneas no msn e minha falta de criatividade pra responder amigavelmente.
eu sou anti-social e chata.
zeus que me perdoe.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Não importa.
Não importa mesmo.
Mesmo.
Eu nem queria que importasse.
Na verdade eu quis querer que importasse.
Eu queria que tivesse alguma importância,
sem que conscientemente eu quisesse.
Aí me dei conta.
Não importava.
E não importa agora também.
E por mais que o inconsciente diga
"importa"
não importará mesmo assim.
Porque agora eu sei que não tem
importância nenhuma.

domingo, 5 de agosto de 2007

Eu que falei: "nem pensar..."
Agora me arrependo, roendo as unhas
Frágeis testemunhas
De um crime sem perdão

Mas eu falei sem pensar
Coração na mão, como refrão de bolero
Eu fui sincero
Como não se pode ser

E um erro assim tão vulgar
Nos persegue a noite inteira
E, quando acaba a bebedeira,
Ele consegue nos achar

Num bar
Com um vinho barato
Um cigarro no cinzeiro,
E uma cara embriagada no espelho do banheiro...

Teus lábios são labirintos
Que atraem os meus instintos mais sacanas
O teu olhar sempre distante, sempre me engana
Eu entro sempre na tua dança de cigana

O teu olhar sempre me engana
É o fim do mundo todo dia da semana

sábado, 4 de agosto de 2007

Sexta feira.
Ela saiu do escritório e entrou no jipe.
No banco de trás algumas peças de roupa,
barraca, cobertor.
Acelerou.
Asfalto.
Os óculos escuros fixos nas ruas cheias.
Posto de gasolina.
Ela desce,
atrai os olhares.
Cigarros e cervejas para o banco de trás.
Asfalto.
O vento frio brinca com os cabelos vermelhos.
Sem rumo.
Vento,
rock n roll,
milhas e milhas.
Céu,
dia, noite,
cachoeiras e trilhas.
Longe de tudo.
Sozinha,
ela fuma um cigarro antes de anoitecer.
Eterno entardecer sem igual.
Ela e o Sol.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Ela tinha um papel nas mãos e um brilho incomum nos olhos.
Ela tinha um bilhete com algumas linhas preenchidas.
Era um bilhete!
Não uma carta de amor,
mas um bilhete!
Ela sorria bobamente como os loucos geralmente fazem.
E por dentro era toda euforia.
Pulava e arrancava os cabelos,
chorava e dava gargalhadas.
Prometia beijos e conquistas.
Parecia uma adolescente apaixonada.
Por dentro era toda euforia,
quando ali, naquele momento,
era apenas uma pessoa num lugar lotado.
Sorrindo e segurando um bilhete.

Pode ser que não dê certo

É melhor você tentar entender
Se você chegar mais perto
Pode ser que eu queira mais de você

terça-feira, 31 de julho de 2007

pull the pins
save your grace
mark this worls
on his grave

segunda-feira, 30 de julho de 2007

O.O
É tão lindo que eu quase choro.
Tão lindo!
Tão... profundamente
perfeitamente
maravilhosamente
doentiamente
infantilmente
completamente
lindo!

Tão......
sem igual!
Como o pôr-do-sol quando se lembra dele.
Lindo!
E a emoção que só ao olhar para ele se revela.
É lindo!
Lindo!
Não direi mais nada.
Apenas a verdade.
Esta.
Lindo!

sábado, 28 de julho de 2007














uma Lua linda,
brilhante (e cheia).

para que nunca se duvide
que há fulgor em algum lugar,

mesmo que se possua
a alma mais triste da humanidade.

porque há dias melancólicos
e há dias em que se sorri...

e há pessoas que se importam.

e quem está tão bem
daria-lhe um abraço e um beijo
sem pestanejar,

para ver-te rir...

para ver teus olhos da mesma forma...

porque eu te quero bem.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

"Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante."
------------------------------Albert Schwweitzer (Nobel da Paz - 1952)

quarta-feira, 18 de julho de 2007

"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem.

Por isso existem momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis
e pessoas incomparáveis"


---------------------- (Fernando Pessoa)

terça-feira, 17 de julho de 2007

Do tempo e das mentalidades

Do tempo e das mentalidades

Que visível me parece agora a contradição cotidiana, a que telas de plasma e exaustivas jornadas de trabalho se ocupam de encobrir.
Qual a dificuldade de encontrar com júbilo o lazer tão propagandeado pelos bens de consumo apresentados, atualizados, adequados.
E então a tecnologia veio para o bem comum. Vislumbra-se modernidade, trabalha-se por ela, paga-se caro e economiza-se horas.
Guardamo-nos tempo pra quê?
Em que consiste o tempo livre em que nos agoniamos, procurando a tal felicidade?
Slogans nos indicam abstrações e superficialidades sem as quais, advertem, não há sorrisos.
E, após aquelas, outras há.
E tendo tudo, ainda não há nada.
O que estará errado nas leis de mercado?
O homem já tem incrustrado em sua psíque a compulsão, a necessidade (desnecessária) do consumo, a ânsia acelerada pelo fim de sua função, o comodismo pela falta de atenção ao tempo que lhe resta.
Deixa-se de valorizar o imaterial, sendo que as inter-relações humanas tendem a se distanciar cada vez mais no mundo moderno.
E desta forma, apenas o ócio e/ou o caos criativo de uns minutos o fazem enxergar que se vive hoje para o sustento das engrenagens e não mais por viver.
Qua quanto mais é impelido ao consumo, mais se insere no sistema de consumir mais.
E que o tempo livre serve para estimular a imaginação e suprir os desejos, que ele nem sabe mais se ainda vivem.
“Se tu me amas,
ama-me baixinho,
não o grite de cima dos telhados,
deixe em paz os passarinhos,
deixe em paz a mim.
Se me queres, enfim,
tem de ser bem devagarinho,
amado.
Porque o amor é breve,
e a paixão,
mais breve ainda”.
-----------------------------Mário Quintana
Assim sobrevivo,
com a impressão de que gastei
meus versos e frases poéticas à toa.
No meu tudo por nada,
acreditei, sim, em meias-verdades.
O fato é
que mentiras sinceras não me interessam.
O homem sábio que nada aprendeu,
a mim não tem valor algum.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

"O que não me mata, me fortalece"

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Bom dia, boa tarde, boa noite.
Você sabe que eu existo?

terça-feira, 10 de julho de 2007


A heart that's full up like a landfill
A job that slowly kills you
Bruises that won't heal

You look so tired and unhappy
Bring down the government
They don't,
they don't speak for us

I'll take a quiet life
A handshake of carbon monoxide

*No alarms and no surprises*
*No alarms and no surprises*
*No alarms and no surprises*
.......Silent, silent.......

This is my final fit,
my final bellyache with


*No alarms and no surprises*
*No alarms and no surprises*
*No alarms and no surprises please*

Such a pretty house,
such a pretty garden


No alarms and no surprises
(let me out of here)

No alarms and no surprises
(let me out of here)
No alarms and no surprises please!
(let me out of here)


segunda-feira, 9 de julho de 2007

Você não é mais quem eu conheci
porque quem conheci não era você.
Estou tão cansada de tentar esconder minha fragilidade,
e de ser frágil,
e de mentir estar sempre feliz,
e de não achar essa maldita felicidade em lugar nenhum!
Estou cheia disso,
dessa vida de mentiras,
de encontrar momentos alegres,
me iludir com eles pensando ser feliz,
e de repente me ver no chão,
atordoada.
E as palavras que um dia me levantaram
ainda ecoam em minha mente.
Como pôde ser tudo uma mentira?
Como pôde a verdade, então,
ter se transformado nesse pesadelo?
Isso já não sei.
Disso não saberei.
Já não tenho a quem amar.
Já não tenho razões.
Quem me conhecia se foi,
e não irei entregar meus pontos a quem não me conhece.
As únicas pessoas que me conheceram por inteiro
foram embora.
E o erro foi só meu,
ao querer que elas me amassem como eu as amei.
E quando me amaram,
não sei.
Eu sempre amei alguém.
Mas agora até o amor maior que eu tinha,
que não é da carne,
que não é de beijos,
até mesmo este me abandonou.
Porque encontrou sua felicidade,
e não é perto de mim.
Como as mães devem lamentar,
agora lamento eu,
pois os filhos devem voar.
As mães ninam sua cria,
e lutam pela sua felicidade.
Mas acabo de perceber que do mesmo modo me equivoquei.
Quando estão frágeis, sim,
os amores precisam de nós.
Mas quando encontram sua glória,
devem viver-na sozinhos.
Ou com o alguém que a causou.
E eu...
bem,
eu já não faço parte disso.
Me calo.
Sorrio levemente,
porque estás feliz.
Quando na verdade queria colo,
e romper em lágrimas,
e coçar os olhos machucados pelo sal,
e pensar naquela saída,
e pensar em quem amei.
E eu queria poder chorar um rio,
ou queria ter motivos para não fazê-lo.
Mas não dá.
Ficarei longe.
Não dá.

domingo, 8 de julho de 2007

"Nada no mundo acontece por acaso, tudo tem sua causa, e essa causa é o efeito de outra causa, e assim por diante, é uma cadeia circular infinita de causas e conseqüências."
"todas as verdades são meias-verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados"

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Os opostos se atraem?
Mulheres inteligentes repelem homens burros.
Homens burros se assustam com mulheres inteligentes.
E as mulheres inteligentes ficam entendiadas com homens burros.
Por isso, homens burros acabam-se atraídos por mulheres igualmente burras, com quem compartilham sua ignorância.
Por isso, as mulheres inteligentes estão sempre sozinhas.
O homem inteligente que a irá conquistar pode sofrer um acidente no percurso.
Ou estar ainda se divertindo com as mulheres burras.

quarta-feira, 4 de julho de 2007



Não adianta


Não adianta,

Não adianta nada ver a banda,
Tocando “A Banda” em frente da varanda.
Não adianta o mar,
E nem a sua dor.

Não adianta,
Não adianta o bonde, a esperança,
E nem voltar um dia a ser criança.
O sonho acabou.
E o que adiantou?

Não tenho pressa,
Mas tenho um preço,
E todos tem um preço.
E tenho um canto,
Um velho endereço.
O resto é com vocês,
E o resto não tem vez.

O que importa,
É que já não importa, o que importa,
É que ninguém bateu em minha porta.
É que ninguém morreu,
ninguém morreu por mim.

Não quero nada,
Não deixo nada,
que não tenho nada,
Só tenho o que me falta e o que me basta.
No mais é ficar só,
Eu quero ficar só.

Não adianta,
Não adianta,
o que não adianta,
Não é preciso,
o que não é preciso,
Então pra que chorar?
Então pra que chorar?
Quem está no fogo, está pra se queimar,
Então pra que chorar?


-------------------Zeca Baleiro

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Um sorriso.
É o que lhe ofereço.
Não o mais sincero,
não o menos tímido.
Apenas um sorriso.
Despontando para um riso.
Porque a força nos é dada pelo sorriso.
Porque o melhor meio de livrar-se do embaraço é rir das próprias mancadas.
E porque às vezes é rir pra não chorar.
E o sorriso é umas das principais características que nos diferem dos animais.
Assim como a capacidade de mentir e ferir os outros.
Deixou o trabalho com o mesmo sorriso falso.
Caminhou pelo meio-fio como as crianças da escola.
Pagou a última prestação da tv.
Foi pra casa com a calma de um entorpecido.
Devolveu o gato da vizinha.
Guardou novamente os livros nunca lidos.
Saboreou uma barra de chocolate.
Ouviu três músicas de seu cd preferido.
Despiu-se dos sapatos desconfortáveis.
Apreciou a foto da Floresta Amazônica.
Limpou com a manga da blusa o espelho do banheiro.
Olhou-se dentro dos olhos.
Pulou do décimo andar.

terça-feira, 26 de junho de 2007

O primeiro encontro ideal

O primeiro encontro ideal

Eu olhei pra ele,

ele olhou pra mim.
Os corações bateram mais rápido,
medo, ansiedade.
Uma batida policial...
O primeiro encontro

Estava a menina a andar por ali... quando levantou os olhos e encontrou os dele.

"Meu deus! ... Meu deus!"
Ele a olhava com um sorriso no olhar.
"O que eu faço agora?
Meus deus, vou desmaiar!"
Pior que isso, ele foi se aproximando. Devagar. Estava quase à sua frente quando ela baixou os olhos.
"Droga, droga, droga!
Preciso olhar pra ele!"
Olhe pra ele!
"Tá, vou olhar!"
Então olhe!
"Já olho!"
Levante os olhos!
"Tá, tá! Calma!"
Já!
Levantou os olhos.
"Minha nossa! Ele está na minha frente!
Aiiii! Ele é...
Ele é...
Ele é perfeito!
Meu deus, ele é lindo!
É maravilhoso!
O que ele tá fazendo na minha frente?
O que ele..."
-Oi...
"Ah meu deus! Ele me disse 'oi'"
Responda!
"Responda o quê?"
Responda o que ele disse! Qualquer coisa!
"Responder, tá... calma!"
Anda logo! Responda!
"Não consigo...
olhe esses olhos!"
Responda logo!!
"Tão brilhantes, tão sinceros, tão perfeitos!
Eu dormiria e acordaria todo dia ao seu lado pra não sair de perto desses olhos.
Você nem sabe, mas eu já te conhecia.
Você é o amor da minha vida, e eu penso em você todos os dias.
Eu não sou idiota, sabe...
Eu queria que você me conhecesse...
Eu sei que a gente daria certo como ninguém"
Fale!!!!
"Estou tremendo"
Tem de ser rápido!
"Falo isso?"
Fale!!
Não! Tá louca? Ele vai achar que você é retardada!
"Mas eu o amo!"
Não vai falar!
Fale sim! Você precisa falar algo.
"Mas esses olhos me hipnotizam! Não consigo mover meus lábios!"
Fale!
Não fale!
"Vou falar!"
Ele a olhava com estranheza.
Ela o olhava com fascínio.
"Eu te amo!"
-Você está bem?
Você está piorando as coisas!
"Eu não..."
Você estragou tudo!
"Nããão! Estraguei nada!"
Você é retardada mesmo!!!
"Ele vai ver em meus olhos o quanto o quero"
Ele nem sabe seu nome!!
"Eu..."
Ele a olhou por diversos minutos, até que tivesse concluído que ela era surda, ou muda, ou imbecil mesmo. Sorriu sem jeito. Virou as costas. Foi embora.