segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Pela décima vez acordo tarde.

Manhã de segunda-feira.

Deixo minhas obrigações de lado,

não tomo meu café nem meu almoço

que é para o torpor durar mais tempo.


Estou ouvindo músicas que já julguei,

lendo poemas e versos procurando algo.

Sequer palavra.

Pela décima vez comprometo-me comigo,

não falo mais sobre o sentir,

não vou me sentir humilhada por respostas ocultas,

de culpa,

ou piedade.

Não vou dizer o que significam os anos.

Nem tentar me convencer que eu quis mudar o destino.


Apesar de me expressar tanto,

tem coisas que nunca conseguiria dizer e explicar de modo plausível,

e isso é o que me sacode por dentro por vezes.

E se é aos sussurros que te deixo escapar as frases,

que culpa tenho se queres ouvir?


Lembranças são vidas próprias dentro da mente.

Duas ou mais pessoas vivem um fato

e lembram-se dele de modo distinto.

Fantasiam junto ao fato e guardam isso até a morte.

Até quanto podemos guardar?

Se eu não tivesse acima me comprometido a não dizer,

até tentaria descrever as minhas lembranças pouco fantasiadas.

Porque a minha poesia agora é mais que pura e intrínseca,

não há mais academia.


No mais estou ótima.

Crescendo mais do que você.

Mas é que agora sou muito mais mulher que antes.

Sempre houve algo insuperável e alguma evolução da minha parte.

E acho que vai ser sempre assim.

Não importa quantas vezes eu ouça,
em cada uma delas eu me surpreendo.