segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Pela décima vez acordo tarde.

Manhã de segunda-feira.

Deixo minhas obrigações de lado,

não tomo meu café nem meu almoço

que é para o torpor durar mais tempo.


Estou ouvindo músicas que já julguei,

lendo poemas e versos procurando algo.

Sequer palavra.

Pela décima vez comprometo-me comigo,

não falo mais sobre o sentir,

não vou me sentir humilhada por respostas ocultas,

de culpa,

ou piedade.

Não vou dizer o que significam os anos.

Nem tentar me convencer que eu quis mudar o destino.


Apesar de me expressar tanto,

tem coisas que nunca conseguiria dizer e explicar de modo plausível,

e isso é o que me sacode por dentro por vezes.

E se é aos sussurros que te deixo escapar as frases,

que culpa tenho se queres ouvir?


Lembranças são vidas próprias dentro da mente.

Duas ou mais pessoas vivem um fato

e lembram-se dele de modo distinto.

Fantasiam junto ao fato e guardam isso até a morte.

Até quanto podemos guardar?

Se eu não tivesse acima me comprometido a não dizer,

até tentaria descrever as minhas lembranças pouco fantasiadas.

Porque a minha poesia agora é mais que pura e intrínseca,

não há mais academia.


No mais estou ótima.

Crescendo mais do que você.

Mas é que agora sou muito mais mulher que antes.

Sempre houve algo insuperável e alguma evolução da minha parte.

E acho que vai ser sempre assim.

Não importa quantas vezes eu ouça,
em cada uma delas eu me surpreendo.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Não interessa se você é o oposto do senso comum,
se você dosa inocências e malícias de uma forma encantadora,
se você lê, escreve, fala e se explica bem,
se você consegue fazer de tudo um pouco,
se consegue ter beleza interior e exterior,
se o seu natural é fantástico.
Não importa quão foda você seja,
nunca,
nunca espere que alguém te reconheça em nenhum sentido.

Só um lembrete.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010







quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A palavra que ficava na minha mente e quase me escapava às vezes
Antes era amor.
Agora é adeus.
Desmontar e montar tudo de novo.
Ficar invisível por algumas horas.
Observando sem ter que responder a nada,
sem ter que tomar atitudes.
Esse tédio que me embriaga,
essa carência por uma linha.
O problema é que caminhei para tão longe
que o único caminho agora é em frente.
Voltei ao meu Blues do Elevador,
mas estou mais pra uma Balada de Agosto.

Eu sinto tanto
eu sinto muito
eu nada sinto.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Pode parecer demais pedir que você viva o meu sonho comigo.
Porque nem sempre o que sonhei para mim e mais alguém, é o que você sonhou.
E não adianta eu sonhar sozinha para viver em conjunto,
se meu sonho ainda é em conjunto mas continuo vivendo sozinha.
Mas é normal as coisas mudarem,
e uma hora temos que deixar nossos sonhos de lado.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Essa é a história de uma jovem bonita e inteligente,
mas que não consegue ser feliz...


"És um insensato em busca daquilo que não se encontra neste mundo"

Gente, gente, gente, gente, gente.
Fico desnorteada, atemorizada, não posso com multidões.
É um mundo muito grande com coisas que não posso controlar.
Uma multidão é uma vitrine muito grande e eu não sou um um bem de consumo.
As pessoas não são todas iguais, mas são muito parecidas.
Elas se deixam pensar, agir, falar, comprar. Elas se importam, mas não conseguem ver.
Desde minha época de escola quando eu fazia redações sobre a alienação eu enxergava isso tudo muito claramente. Vai ver é por isso que a professora Jane gostava tanto de mim. Eu sentia um afeto especial dela para comigo, só não sabia precisar porquê. Até no Show de Talentos da escola, quando as garotas-pop da sala fizeram uma apresentação de dança dos Backstreet Boys, que estava no auge, foi o nosso grupo que fez uma apresentação singular de jazz que ela elogiou. Claro que para a juventude backstreetboyzada, a nossa foi apenas uma atração. Vai ver a professora Jane passou por isso um dia e sabe bem o preço de ousar. Talvez fora hostilizada no colégio por ter a estatura mais baixa e mais magra que as outras crianças, ou tenha recebido olhares esquisito algumas vezes no ônibus por manter seu cabelo curto e isso levar, talvez, à dúvida da sua feminilidade. Não se sabe. Acontece que a ternura é algo que ressoa através dos anos, e dessa que ela tinha por mim, em atos discretos, eu nunca me esqueci.

Malditos paradigmas da atuação humana.

Pode parecer que eu reclamo demais.
Eu penso demais, se é isso o que quer dizer.
E por mais que eu não queira ver um mundo perfeito, insisto em achar que o nosso está errado demais.
É que tem sido tão difícil pra mim!
Se meus problemas fossem materiais, conseguindo enxergá-los é provável que eu saberia como agir.
Já pensei em tomar remédios, em me esconder no meio da multidão. Mas definitivamente, ser igual não é pra mim. Aceitar tudo e não pensar não dá certo comigo. Sou viciada em reflexão e essa doença vai até o final.
Estou cansada porque estou lutando com sombras e desconheço o sentido da vida e a meta disso tudo aqui, portanto não consigo arquitetar um plano para cumprir bem o meu papel. E se não houver razão? E se não precisar haver? Não seria mais simples relaxar um pouco??
Estou sozinha porque não consigo encontrar conforto em lugar nenhum.
E estou com medo, porque sei que muita gente lê isso aqui e fica achando que eu sou uma fraca.
Inclusive cansei de ter medo e ter que me manter forte e sorridente, para que não critiquem as minhas escolhas.
Escolhi o que era melhor e não me arrependo de nada até agora, se é que vem ao caso dizer isto.
Não sei se isso vai acumulando, mas estou me sentindo pesada de críticas e isso me incomoda, apesar de eu saber que todo mundo faz seu próprio caminho sofre com isso. O que importa é que eu mesma me critico pouco. Só que eu tenho medo de errar sempre, até quando falo, principalmente quando falo com pessoas "maiores". Porque em todo momento que eu me lembro tinha alguém do meu lado prestando a atenção em tudo o que eu fazia e falava só pra dizer que não era assim.
Minha insegurança pode ser que tenha vindo de berço.

Mas é isso, começo com questões incômodas e termino sem respostas mais uma vez.
E não me critique, porque cada um tem seus defeitos.
Estar periodicamente infeliz é o meu.


quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Todo mundo que eu conheço tem certeza que tem que mudar alguma coisa na vida para ser feliz.
E se apontam para uma direção é naquela que mergulham sem olhar pra trás.
E logo tem certeza que precisam mudar alguma coisa na vida para ser feliz.
Mas o que é a vida aliás, uma trajetória de buscas?
E o que é a felicidade em si? Momentos de realização ou estado permanente do espírito?
Por suposto, talvez seja preciso ver a felicidade na busca em si.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Eu acho que uma pessoa não precisa pisar em cima da outra e muito menos ignorá-la ou humilhá-la para se sentir superior.
Além disso, ser superior é ter plena consciência que ninguém que tenha um pouco de auto-estima e boa vontade é menos que você.
Eu acho que não precisa se exaltar e distribuir sorrisinhos falsos pra ser uma pessoa notável.
Acho que os mais destacáveis neste sentido são os que mais chego a repugnar.
Eu acho que os puxa-sacos, os santinhos entre aspas, os fodões de etiqueta, acho que são todos uns problemáticos que precisam aparecer a qualquer custo, porque não se garantem em outros aspectos da vida.
Por exemplo super-prático, conheço um que é um capeta de feio, parece um feto mal-formado (que deus me perdoe), não tem um milímetro no corpo que não seja horrendo. Não tem cabelo, é dentuço, narigudo, cabeçudo... esse mesmo é o que pisa e ignora todos os que podem ameaçar sua promoção, como se não passassem de bobos. Mal sabe ele que o bobo nesa história é ele mesmo.
Acredito que este ser deve ser falho em outros aspectos além da beleza que nele não existe. O tanto que uma pessoa é panaca é inversamente proporcional ao grau de fracasso nas áreas plenas da sua vida. Este, no caso, é um mega de um panaca.
Por outro lado, bonitinhos e queridinhos também podem esconder um lado falho que tentam compensar com sua gentileza. Resta agora descobrir qual é esse lado. E, pode ser frustrante!
Infelizmente, por tratar as pessoas com a mesma gentileza, leia-se bem que falo da gentileza e não da simpatia, acabo por me sentir inferiorizada em alguns casos. Odeio quando me ignoram, odeio quando pisam no meu calo, odeio quando fazem de conta que eu não sei o que eu sei. E odeio isso mesmo sabendo que o que me fazem é porque querem reverter a situação. Na verdade quem sabe sou eu, do meu jeito, e não preciso de pitacos. Nem pitocos.
Tenho que aprender a usar a mesma lisura dos panacas, sem necessariamente vir a ser uma. Contudo, colocá-los nos seus devidos lugares é um tanto humilhante para eles próprios e me incomoda, porque não aprecio rebaixar alguém. Mesmo que seja ao seu nível de direito.
Por mais que me incomode, é bom refletir um pouco sobre isso, para não acabar como as pessoas a quem os imbecis enganam bem. Pra não acabar achando que os mais idiotas são os mais talentosos.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Well when you go
Don't ever think I'll make you try to stay
And maybe when you get back
I'll be off to find another way
Sinto um pouco de saudades de quando não tinha nada, mas tinha alguém.

terça-feira, 15 de junho de 2010

O inferno são os outros,
porém é inevitável a convivência.


¬¬

O importante é não permitir que o inferno passe a seu o eu.
Que o existencialismo se limite ao poder da solidão e do imaterial.
Assim, o mundo ainda pode ser aproveitável.
De certa forma.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Não quero ser uma princesa.
Não tem nenhuma graça em olhar da sacada a vida passar.
Pintar as unhas e deixar as bochechas rosadinhas pra dar um ar saudável.
Decididamente, não e nunca jamais essa sou eu.
Ai ai, por quê será que eu ando tão insegura?
Tem alguma coisa que me chateia.
Meu corpo de mãe nem mudou tanta coisa assim.
Algumas estrias e flacidez aqui e ali,
uns quilinhos que mandei embora e voltaram como bumerang,
fora isso, tudo certo.
Ainda continuo muito mais magra que muita adolescente por aí.
E com curvas.
E daí?
Meu deus, o que quer dizer as curvas de uma pessoa?
Se eu olhar para o tipo de menina que eu gostaria de ser na rua
imediatamente imaginarei meu marido esticando os olhos pra cima dela.
É a porcaria da garantia.
A gente sempre sabe que tem gente melhor e pior do que a gente.
E sabe que algumas coisas que a gente tem os outros nunca chegarão a ter igual.
E não humilha os piores, mas teme um pouco os melhores.
E que garantia tenho eu de que toda nossa história é maior que um par de peitos?
Tá certo, você me diz e eu prefiro acreditar.
Aliás, se for menor, é melhor que vá embora mesmo.
Eu sei viver sem quase tudo nessa vida.
Estou sendo um pouco injusta, eu acho.
É você que me acorda, faz a minha janta, me leva pra trabalhar.
Sou grata a você e te gosto muito mesmo ainda.
Não sei como você consegue ser tão tranquilo e não ter os mesmos medos que eu.
Não que eu dê motivos, claro.
Ai, céus! Claro que você também não dá.
Mas não, isso aparece algumas vezes na minha cabeça.
Não me acho feia quando olho no espelho.
Bom, às vezes até acho umas belezas que não reparava.
Certo, deixemos a beleza de lado,
não que ela não importe, mas é que pra mim isso não leva a lugar nenhum.
Cansei de ter comentários no meu fotolog dizendo "linda! beijos".
Nunca ganhei um tostão com isso.
Ok, beleza de lado, estamos entendidos?
Vamos falar sobre o tempo.
Porque o medo do tempo que passa faz falar sobre o tempo que faz.
Está frio!
Não, também não tenho medo do tempo que passa,
as rugas não me incomodarão.
O que acontece é que o tempo passa e parece que estou numa viagem de carro.
Durmo, acordo, continuo rodando, entra gente, sai gente, às vezes fico enjoada.
Fico feliz com os lugares, as paisagens e pessoas que encontro.
Tenho conhecido muita gente boa, por sinal.
Nessa minha viagem às vezes o carro para sem motivo.
Aí fico louca pra saber o que está acontecendo.
Minha impaciência juvenil volta a bater na porta
e fico chateada.
Às vezes dirijo, outras estou no banco de trás, esperando e pensando.
Penso demais?
Vivo situações e dias e histórias na minha mente por causa de uma só palavra?
Olha, eu acho que sim.
No fundo eu gosto de pensar bastante,
porque eu imagino a maior gama possível de situações e seus prováveis desfechos.
E no final rio quando acontece algo inimaginável.
Pois bem, a minha vida é emocionante mesmo quando não consigo achar uma emoção.
E o que importa, na verdade é que meu carro está indo pra frente.

quarta-feira, 26 de maio de 2010


EU NÃO COMO CADÁVERES

Depois dos períodos de maior opressão pelos quais a humanidade em geral passou, cada qual em seu âmbito de convivência (tais como ditaduras e proibições), o que se vê agora é que os princípios iluministas tendem a se difundir novamente. Conhecimento, liberdade de expressão, cresce o sonho do ser humano contemporâneo que quer mais do que qualquer coisa convencer-se de que tem livre arbítrio, que pode fazer o que quiser, porque a tecnologia avança e assim o permite. Cada vez mais o homem acredita ter em suas mãos o poder, o rumo de sua vida, agora que não é mais "governado" por Deus, como se acreditava na escura Idade Média. Vieram os filósofos ateus e seus pressupostos. Veio o egoísmo e o interesse próprio, já que não há ninguém que julgue os nossos atos, dizem nietzscheanos e sartrianos. A única lei é a consciência, e se não há consciência, não há erro.
Ótimas idéias, não fosse a diminuta capacidade de raciocínio que a humanidade em geral herdou do passado. Aconteceram evoluções? Certamente! Porém ela não está preparada para encarar as hipóteses de não-deus e de sua inteira responsabilidade e finitude. Ou mesmo para questionar se existe a deidade, seja ela diferente, que atue conforme as forças da natureza, se é que não é ela a própria natureza. E que todos os seres fazem parte dessa natureza. Perdeu-se a noção de familiaridade com o que é diferente, perdeu-se o que restava da igualdade entre distintos, de mesma raça ou não. E se não se respeita nem os próprios semelhantes humanos, o que se dizer dos animais e plantas?
Bebês nascem puros da mesma forma, e logo são ensinados a obedecer. Sem questionar. Os superiores é que sabem e estão repassando conhecimento.
Desde pequena desenvolvi (graças a deus, à natureza, a mim ou ao que for) a capacidade do questionamento. Quando vi alguém matando minhas galinhas de estimação e depois a carne em meu prato, percebi naquele exato momento que alguma coisa ali estava errada. Estávamos comendo cadáveres!!! E eram os cadáveres das minhas amigas!


Desde então questionava tudo quanto podia. "Por quê" virou minha citação preferida. Quando não era dita para fora, era para dentro mesmo. E aí notei que era muito mais interessante perguntar a mim mesma. Quando vi que era possível viver sem ter que comer cadáveres de animais que eu amava, me vi infinitamente mais feliz. Fiz uma escolha. Por mim mesma pensei e concluí que era injusto, imoral, não fazia sentido. Não deixei que ninguém me convencesse do contrário, embora sempre me abra a discussões sobre o assunto, sem nunca encontrar um motivo plausível para mudá-la.
Quem come carne e é feliz tem dois paradigmas. O primeiro e mais raro é quando a pessoa se convence que toda a humanidade é descartável, assim como os recursos e os outros seres. Aí então a vida é uma só e há que sorver dela o máximo em todos os aspectos. Aproveita-se do que mais lhe convém. Tem consciência de que há um bicho morto em seu prato, mas por já ter refletido sobre todo o processo e não se importar com nada disso, acaba por saboreá-lo sem culpa.
A segunda e imensa parcela populacional seguinte é a que tem os olhos abertos mas não conseguem enxergar o que não lhes é sussurrado nos ouvidos. Olha para o prato e vê um delicioso churrasco, uma maravilhosa picanha, uma tenra asinha de frango. E é só isso o que vê. Carne. Sem pensar que essa carne é o mesmo tipo de carne que está em seus braços, pernas, costas. Não pensam, simplesmente. Porque já é normal demais colocarem em seu preto algo que não tem importância. O que importa é a satisfação, a saliva, os nutrientes extremamente necessários ao desenvolvimento. O que não importa é o assassinato, o fim de recursos, a desumanidade, o método. Essas pessoas são mais controláveis que as primeiras, que formaram sua opinião através do descaso para com o mundo exterior a seus domínios. São também certamente as mais ignorantes, porque questionam o que é contrário à sua convivência habitual, sem questionar os atos que lhes foram impostos. E o pior, se zangam por isso por terem absoluta repulsa ao ato de conceber um questionamento sobre sua normalidade.
Nas festas enquanto como tomate e lazanha de vegetais perguntando-me se eles não sentem muito por terem sua vida ceifada, são pessoas deste segundo grupo que me perguntam com um sorriso pretensioso no rosto: "Mas por que é que você não come carne?". Não sou egoísta a ponto de pensar só em minha sobrevivência, e nem me subestimo parando de fornecer ao meu ser o que é de importância para minha sobrevivência. Por isso o que eu respondo e que sempre choca as pessoas do segundo grupo é:
"eu não como cadáveres."

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Todo trabalho deve cansar,
todo tédio há um dia que se manifestar.
Algum dia, um dia provavelmente vai aborrecer.
Olhando o micro cérebro alheio soldado à sua felicidade infantil
parece até atraente a burrice.
(Tantos risos altos e convictos...)
Mas não,
é uma porta trancada.
Uma vez posto para trabalhar um neurônio que seja
não se pode voltar atrás.
É um caminho sem volta,
um vício sem tratamento.
É possível ser feliz pensando e vendo tudo?
Sabendo tanta coisa sobre tanta coisa?
Por quê, me pergunto,
buscamos respostas para nos saciar
se a única resposta possível a filosofia já deu:
são as questões que importam,
respostas são infinitas.
Pessoas práticas vivem melhor,
vieram para um um mundo pronto e nunca precisaram buscar nada.
São o que ouvem, o que vestem, o que moram.
Assim é fácil.
Mas para outros isso não é o suficente.
Esses outros devem ter a plena consciência de que não são uns,
são outros.
E devem se dar o direito de se deprimir às vezes,
de errar, porque estão fazendo tudo sozinhos,
de se entristecer com a falta de complacência alheia,
de se enraivecer com o vazio crescente ao seu redor.
Sim, porque não são máquinas.
Sim, porque precisam buscar algo para si,
nem que tenham que mudar meio mundo.
E algum dia, certamente as forças se esvaem.
Pensar positivo também cansa.

Não é o fim do mundo.
Ainda há dias para se viver.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

São tantas e tantas as vezes que me sinto ridícula!
Até parece (no meu pensamento) que pra você cada atitude minha é tão importante quanto pra mim.
E que quando faço alguma idiotice ou quando algo nos leva a isso é o fim do mundo.
Se ontem lhe dei a mão, falei bobagens e rimos juntos
e hoje é exatamente o oposto,
nada posso fazer a não ser sentir-me ridícula.
Eu tive que me acostumar com muitas coisas novas.
Eu queria novidades, mas algumas foram coisas que não consegui evitar.
Ainda não sei lidar bem com isso e duvido que alguém saiba fazer tudo certo.
O problema é que parece que já me acostumei,
mas por vezes penso que não.
Outro problema é que desde sempre
a única pessoa que eu feri foi a mim.
E não foi falta de amor próprio,
a pincípio.
O que me aconteceu foi coação disfarçada de respeito.
Me disseram sem palavras que eu é que estou sempre errada.
Tomava minhas surras e em vez de revidar eu arranhava meus próprios braços pensando em sangue.
Houve dias em que eu só queria morrer.
Eles voltam de vez em quando.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Não vou te consolar.
Vai ser difícil me ver de novo sentada ao seu lado segurando sua mão e te dizendo que isso passa.
Por mais solidário, por mais necessário que possa ser um ombro amigo nessas horas, eu sei que no fim não é a minha mão que você gostaria de segurar, não é ela que vai te deixar um pouco mais feliz.
E todas as vezes que fiz isso a única coisa que você sentiu foi pena de si mesma.
É um sentimento complicado, eu sei. Quando estive assim quis muito estar com quem gosta de mim. Mas nada supria a falta de quem mais eu queria.
Entendo minha amiga, quando se tem um amor desesperado e ele não está, só se acalma o sentimento com o tempo. Ou com a possível volta do amor.
Aguarde. Ou crie ânimo para não ver sua vida ficar presa ao passado.
Você é das minhas. Sei perfeitamente que pode lutar.
Não tenho amigos. Tenho pessoas que me são caras.
Algumas dessas não sabem que se encontram no meu círculo de afetividade.
Não precisam saber.
Poderão contar comigo assim mesmo.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Tenho vontades e saudades.
Tenho de tudo um pouco
e auto-crítica suficiente para livrar-me do que não quero.
Sinto falta dos tempos em que amava loucamente.
Geralmente eu tinha um grande amor.
Tenho saudade da expectativa que me trazia
e da alegria sem medida dos encontros.
Saudade do que me causava, não do que me pesava o grande amor.
Porque eu nunca vou ter saudade de sofrer, isso não adianta insistir.
Sorte a de quem vive o grande eterno amor,
porque nesse momento sorrisos não o faltam.
Talvez tenha motivos para sorrir ao lembrar de tudo amanhã,
quando as águas forem mornas e os olhos estiverem cansados.
Sorte e felicidade são dois momentos que devem ser aproveitados,
realmente.
Tenho vontade de estar em outra era,
gostaria de ver tudo diferente,
conhecer as mesmas pessoas novamente e amá-las mesmo assim.
Ou gostaria de ficar imune,
nunca mais atrever-me a sentir nada.
Ajudaria ter a algum tempo
alguém com quem me deitar sob o céu escuro
e entre sorrisos e brilhos,
falar sobre o Universo.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Me encontre em Montauk...

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Que visível me parece agora a contradição cotidiana, a que telas de plasma e exaustivas jornadas de trabalho se ocupam de encobrir.
Qual a dificuldade de encontrar com júbilo o lazer tão propagandeado pelos bens de consumo apresentados, atualizados, adequados?
E então a tecnologia veio para o bem comum. Vislumbra-se modernidade, trabalha-se por ela, paga-se caro e economiza-se horas.
Guardamo-nos tempo pra quê?
Em que consiste o tempo livre em que nos agoniamos, procurando a tal felicidade?
Slogans nos indicam abstrações e superficialidades sem as quais, advertem, não há sorrisos.
E, após aquelas, outras há.
E tendo tudo, ainda não há nada.
Tédio...
O que estará errado nas leis de mercado?
O homem já tem incrustrado em sua psíque a compulsão, a necessidade (desnecessária) do consumo, a ânsia acelerada pelo fim de sua função, o comodismo pela falta de atenção ao tempo que lhe resta.
Deixa-se de valorizar o imaterial, sendo que as inter-relações humanas tendem a se distanciar cada vez mais no mundo moderno.
E desta forma, apenas o ócio e/ou o caos criativo de uns minutos o fazem enxergar que se vive hoje para o sustento das engrenagens e não mais por viver.
Qua quanto mais é impelido ao consumo, mais se insere no sistema de consumir mais.
E que o tempo livre serve para estimular a imaginação e suprir os desejos, que ele nem sabe mais se ainda vivem.

Escrito por mim em 2007.
Hoje eu ainda acrescentaria que a felicidade consiste em se adequar ao giro das engrenagens, e não de se buscar o que realmente importa. Não dá mais tempo pra isso.
Quando minha garganta ficou seca
qual lago a sol estridente,
respirei fundo tantas vezes quanto me distraíssem.
E é de sonhador que eu vou,
de Maiakovski e desejo de revolução,
é da vontade de um sorriso;
mas que este não me traga a quietude.
Não calarei as minhas angústias por medo,
nem tentarei entender os temíveis erros.
Nesses infinitos universos do planeta
hei de me esconder e de me revelar.
Não preciso do reconhecimento que não me dizem
pois sei muito do que pensam.
Mesmo quando esmorecer for inevitável
estarei em pé e ninguém saberá.
Andando por entre as massas,
serei a mesma de sempre, deveras,
mas de sorrisos e lágrimas ocultas estarei vivendo
e não morrendo nesse tormento.

terça-feira, 6 de abril de 2010

sinto que estou sendo preparada para alguma coisa.
só não sei para o quê.


**medo!!!**

quinta-feira, 18 de março de 2010

"Sempre desprezei as coisas mornas,
as coisas que não provocam ódio nem paixão,
as coisas definidas como mais ou menos,
um filme mais ou menos,
um livro mais ou menos.
Tudo perda de tempo.
Viver tem que ser perturbador,
é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados,
e com eles sua raiva, seu orgulho, seu asco,
sua adoraçao ou seu desprezo.
O que não faz você mover um músculo,
o que não faz você estremecer,
suar, desatinar,
não merece fazer parte da sua biografia."

Martha Medeiros

quarta-feira, 17 de março de 2010

"Adeus você
Eu hoje vou pro lado de lá
Eu tô levando tudo de mim
Que é pra não ter razão pra chorar
Vê se te alimenta
E não pensa que eu fui por não te amar

Cuida do teu
Pra que ninguém te jogue no chão
Procure dividir-se em alguém
Procure-me em qualquer confusão
Levanta e te sustenta
E não pensa que eu fui por não te amar

Quero ver você maior, meu bem
Pra que minha vida siga adiante

Adeus você
Não venha mais me negacear
Teu choro não me faz desistir
Teu riso não me faz reclinar
Acalma essa tormenta
E se agüenta, que eu vou pro meu lugar

É bom...
Às vezes se perder
Sem ter porque
Sem ter razão
É um dom...
Saber envaidecer
Por si
Saber mudar de tom

Quero não saber de cor, também
Pra que minha vida siga adiante"

quarta-feira, 3 de março de 2010

Eu conheço uma menina que está lendo quatro livros ao mesmo tempo.
Um sobre ocultismo, um sobre sexo, outro sobre filosofia e de lambuja um tipo auto-ajuda.
Vamos ver qual ela termina primeiro.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O segredo do túmulo de Elena

Esta é a crônica de um amor que começa onde acabam os demais. Uma história de amor impossível entre um cadáver e seu raptor. Um conto mórbido com a sutileza de um casal impossível. Carl von Cosel amou, mimou e coabitou em seu leito com o corpo sem vida de Maria Elena Milagro de Hoyos durante 7 anos. Marionete de sentimentos, alucinações e paixões, Elena foi consorte pós morte de um homem enigmático e obsessivo que, graças à empatia gerada por sua história, foi exonerado pela lei e indultado pela sociedade.

A mórbida história sempre foi contada na internet através de seu lado obscuro, sem concessão alguma ao romantismo. É interessante contrastar os fatos salpicando a narração com as perspectivas de von Cosel, extraídos de sua autobiografia "The Secret of Elena’s Tomb" (1947) e das entrevistas e declarações tomadas em seu julgamento.

Romeu sem Julieta.

Em 1927, com 50 anos, Carl von Cosel abandonou a família em sua cidade natal, Dresden (Alemanha), e emigrou para Key West, Flórida. Carl era um homem maduro e carismático; instruído, com vários títulos e disposto a começar uma nova vida. Logo encontrou trabalho como radiologista e patologista no Hospital da Marinha. Era um homem afável e de trato fácil que surpreendia por sua inteligência e habilidades. Construiu uma oficina em sua casa onde projetava seus delírios transformados em estranhos aparelhos elétricos, órgãos musicais e inclusive, com tempo, chegou a reconstruir um imponente avião utilizando ferro-velho e material militar reciclado que batizou com o nome de "Condessa Elaine".

O Hospital da Marinha, próprio do exército americano, estava repleto de pacientes masculinos. A única mulher ali era uma cozinheira bigoduda de 150 quilos. Mas em abril de 1930 uma nova paciente necessitou do atendimento de Carl Von Cosel.

Elena Milagro de Hoyos era uma bela e jovem modelo cubana filha de um comerciante de fumo, e estabelecida na Flórida com seus pais e duas irmãs. Na primavera de 1930 Elena foi tomada pela tuberculose que já havia dizimado tantas famílias. O pai aproveitou a amizade a base de subornos com um médico do exército para desfrutar de um vasto exame médico no melhor hospital do condado.

A primeira vez que se viram vivos, Carl registrou a imagem que lhe perseguiria o resto de sua vida:

... vestia um vestido colorido de primavera cuidadosamente passado. Ao redor de seu pescoço um colar de pérolas artificiais. Tinha pernas esbeltas, um cabelo negro liso e longo que balançava sobre seus suaves e bronzeados ombros. Ele evitou seus olhos, mas não seus seios que insistiam em pular nervosamente no decote por culpa da maldita tosse.

A partir deste momento Von Cosel traçou uma obsessão. Convencido de que tinha sonhado com ela durante décadas e que estava destinada a ser sua esposa, focou sua existência a cultivar inteligentemente o apreço e a estima de Elena. No caminho da sedução perdeu sua lucidez em troca de estranhos inventos e poções mágicas que buscavam a milagrosa cura de sua amada. Gastou uma pequena fortuna em uma bobina de Tesla com o objetivo de induzir descargas curativas na amada Elena. Iniciou um tratamento experimental e inovador de raios X e chegou até a utilizar pó de ouro que combinava em seus xaropes curativos. Nem Elena nem sua saúde corresponderam, simplesmente ela encontrou em Carl o último ombro onde se apoiar antes do presumível desenlace.

Morte e Ressurreição

Em 25 de Outubro de 1931 Elena Hoyos morreu na casa de seus pais aos 22 anos. Carl permaneceu junto ao seu leito até o último minuto enchendo-a de vãos cuidados e atenções:

- "...quero ser teu enfermeiro, teu amo, teu amante, teu marido... quero cuidar de ti para sempre ou voar contigo às estrelas!"

O desenlace, devastador, deixou von Cosel novamente só e consternado. Não poder ajudar, curar sua amada em vida desencadeou sua loucura com a morte. Convenceu à família para pagar o enterro e construir um enorme mausoléu de mármore desenhado pelo próprio Carl. O caixão metálico tinha alguns dutos para fornecer formol e outras substâncias que conservassem o corpo do cadáver. Noite após noite, von Cosel sentava-se junto a seu sarcófago e começava a se comunicar com Elena. Até que um dia, segundo ele, ela suplicou que fosse tirada daquela "prisão" para que pudessem estar juntos.

Nas primeiras noites Carl aproximava um espelho da boca Elena esperando que o fôlego embaçasse o vidro. 700 noites de conversa mais tarde, na lua nova de abril de 1933 von Cosel decidiu enfim exumar na escuridão o cadáver de Elena para levá-lo a seu novo lar: a fuselagem do avião que construíra, o "Condessa Elaine".

Durante os seguintes sete anos, Von Cosel fez tudo de humanamente possível para manter a sua amada próxima dele; em corpo e alma. Amarrou os ossos com cordas de piano, preencheu seus órgãos desidratados com trapos empapados em líquido embalsamador e canela chinesa. Parte por parte, foi fortalecendo sua pele com trechos de cera e seda, construindo uma máscara de sua face que lhe servia de molde nas manutenções. Tratava regularmente sua pele com loções, poções e eletro-terapia mediante a bobina de Tesla. Substituiu sua podridão com olhos de vidro, e fabricou uma peruca com os cabelos que perdeu durante tanto tempo. Vestiu-a com um traje de casamento, véu de renda branco, tiara e alianças e , depois de perfumá-la com azeites, ninava-a em sua cama com as melodias que tocava no órgão de fabricação caseira.

Passaram se os anos e os rumores e a crescente introversão de von Cosel levantaram as suspeitas de seus vizinhos. Nana, a irmã de Elena, odiada por Carl por ser uma "cópia em carrara" da irmã e que sempre foi hostil com ele, se propôs a pesquisar as fofocas dos vizinhos. Uma certa noite espiou Carl através de sua janela observando o ritual diário de tanatopraxia; assustada saiu correndo para denunciar o falso cunhado para as autoridades. von Cosel foi detido por profanação e assim aguardou à espera de julgamento.

Carl von Cosel e seu advogado

Os acontecimentos provocaram frenesi nos meios de comunicação à época. A funerária virou um ponto turístico, exibindo o corpo de Elena durante três dias. Mais de 6000 pessoas foram até lá para ver seus restos.

Muitos simpatizaram com o radiologista, achando que o que ele tinha feito era maravilhosamente romântico. Os fãs levaram presentes, apoio e consolo a sua cela; inclusive um grupo de prostitutas cubanas ofereceu seus serviços de forma gratuita. Dois admiradores pagaram a fiança de 1.000 dólares e von Cosel foi para casa esperar a data do julgamento.

Infelizmente para Nana, o delito de Carl tinha prescrito. Carl depois de posto em liberdade foi ironicamente declarado sensato sem pena alguma.

O amor de Carl por Elena foi interminável e assim permaneceu, inquebrantável. Em 3 de julho de 1952 Carl foi encontrado morto abraçado a uma efígie de cera de tamanho natural de sua amada.


"Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura".

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

"eu não me importo com o que as pessoas falam,
eu nunca acreditei nelas.

Alguns fazem você sorrir,
outros te fazem chorar,
mas a verdade é que

todo mundo vai te machucar
.
A dor não tem limite,
ela te destrói por dentro,

e aos poucos te destrói por fora.
Somos obrigados a viver em mundo
que mais parece uma prisão.

Enquanto alguns fingem que está tudo bem,
outros fingem que nada está acontecendo.
Muitos gostariam de ver você tropeçar,
e poucos gostariam de ver você vencer."
Hoje eu sonhei com ratos.
Primeiro era um só, e saía de baixo da cama que eu dormia.
Foi alguém atrás de mim que me alertou.
Subi na cama e fiquei com medo, e esse alguém o matou.
Aí pensei que se tinha um rato, poderia ter mais.
De fato, embaixo da cama, dentro do colchão havia um ninho de ratos.
O sonho acabava aí, mas tenho a impressão que iríamos acabar com eles.

"RATO
De modo geral sonhar com rato indica- problemas financeiros na família; amizades traiçoeiras, intrigas e prejuízos nas empresas novas. Procure não fazer negócios nos próximos dias."

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Nostálgica estou hoje.
Estou me achando deveras ridícula por querer que você me chame de "meu amor".

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Querido Diário

Estou escrevendo para dizer que estou muito feliz porque ontem foi um daqueles dias raros de reconhecimento pelo trabalho que tenho feito com muita dedicação. Por outro lado estou triste porque não tenho com quem compartilhar a minha alegria. Acontece que moro em uma cidade em que não conheço quase ninguém, vivo para trabalhar e para minha família, marido e filho bebê, e nos finais de semana não me resta nada além de descansar ou me dedicar um pouco mais a eles. E, mesmo estando tão isolada aqui, eu gosto dessa cidade, creio eu que meu pesar é muito pouco pelos que deixei pra trás. Não me arrependo. Acho que os que ainda merecem minha atenção são os que tenho até hoje contato.
Já tive várias conquistas em minha vida. Todas aconteceram de forma muito lenta, porque o ritmo da minha vida parece ser acelerado demais. Eu não sou filha de família rica, nem de família eu sou, aliás, a família que eu tenho foi a que eu construí. Tudo o que eu tenho fui eu mesma que busquei. Não sou médica ou advogada, mas me formei com a segunda maior nota na monografia da minha turma, do mesmo jeito que entrei na faculdade com pontuação em segundo lugar do curso. Me formei com 21 anos. Não ganhei um carro quando me formei, muito menos quando passei no vestibular, mas acabei de comprar um com meu próprio suor e sacrifícios. E foram muitos! Não tive um casamento esplendoroso, até porque nunca me casei de verdade. Mas tenho tentado não deixar o meu amor morrer porque penso que se estamos juntos é pra dar certo. Meu filho nunca teve um quarto dos sonhos, sequer tive um parto decente. Mas ele é criado com amor, e tenho pensado muito nos últimos dias em como fazê-lo se sentir sempre bem, sempre querido; e apesar de não ter sido planejada sua vinda, isto ele é. Eu tenho trabalhado com comprometimento e seriedade, até porquê não consigo fazê-lo de outra forma. Tenho batido metas, encontrado possibilidades, enfim, tenho feito da maneira que eu acho correto. Apesar disso, nunca ganhei nada a mais por isso. Até ontem.
Ontem eu conheci a diretora nacional do segmento em que trabalho. Muito simpática por sinal, me elogiou várias vezes, falou sobre meu método de trabalho, meu talento para os negócios, meu comprometimento com a empresa. Fui amplamente reconhecida pelos 1500% de crescimento que proporcionei para a empresa nos últimos 6 meses. É a minha função. A empresa recebeu um notebook de presente pelo Primeiro Lugar na competição por vendas. Almocei com gente importante, fiz contatos profissionais que acredito que poderão, no futuro, me levar a algum sucesso. Conversei com o representante regional que trabalha nessa grande empresa há 35 anos. Ele me forneceu informações e ofereceu ajuda para qualquer tipo de negociação. Me senti honrada. Igualmente ele simpatizou comigo. Talvez tenha visto em mim o mesmo entusiasmo que tinha quando começou. E que conserva até hoje, diga-se de passagem. Tiramos fotografias, a empresa recebeu o certificado parabenizando pela conquista, recebemos o prêmio e nos despedimos dos personagens importantes que mudaram por um dia a nossa rotina.
Hoje eu sou uma empregada normal. Cheguei no trabalho sabendo que tenho uma meta a cumprir, que minhas contas pagas dependem do meu desempenho e que tudo o que eu faça aqui, por mais estraordinário que seja, é só o meu trabalho e a minha obrigação. Chego cedo, abro meu email e logo leio:

"Olá Barbara, são exatamente 22,50 hs e agora que acabei meu trabalho queria te dizer que fiquei muito feliz em lhe conhecer,tenho certeza que iremos fazer bons e grandes negócios juntos, disponha sempre que precisar, fique com Deus que ele te proteja sempre.
Um beijo em seu coração !!!"

Do representante regional da grande empresa. Quase um mito, que transforma trabalho em vida e não o contrário.
Era a inspiração que eu precisava. Já posso voltar a trabalhar. Aqui, sozinha em minha sala, colho os louros invisíveis do meu empenho, esperando que continuem as conquistas a meu favor.
É isso.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

"E você me falou de uma casa pequena
Com uma varanda, chamando as crianças pra jantar
..."

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

And I wanna believe you
When you tell me that it'll be ok
ay
Yeah, I try to believe you
But I don't

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

" “Tempos difíceis para sonhadores”. Tudo é muito cinza, tudo é o muito seco. Todo mundo tem um par de fones enfiados nos próprios ouvidos, mas ninguém se atreve a cantar junto com a música. Cada um no seu próprio mini-próprio-vip mundinho. Tudo é de plástico, tudo é descartável: copos, amores, pratos, confiança, garfinhos.

Não mais nos permitimos aos pequenos prazeres. Trocamos o olhar marejado de lembrança da infância ao passarmos por crianças buscando brincar na rua por estridentes buzinas, ‘sai-do-meios’ e xingamentos. O ‘bom dia’ dado ao trocador no ônibus ficou enganchado na roleta que me impede a passagem, o ‘muito obrigado’ dado ao motorista ao que desço, é atropelado sem deixar vestígios.

Não mandamos mais cartas, não nos abraçamos, não ouvimos o que o outro tem a dizer sem automaticamente ter algo a replicar, não perguntamos mais às pessoas como se sentem: queremos as grandes novidades, queremos as grandes desgraças. Ninguém demonstra aquilo que realmente sente. O “tudo bom” recebido é automaticamente sacado de volta.

E os sonhadores... os subjetivos e quase extintos sonhadores, após em vão buscarem ultrapassar a barreira de aço natural da imensa massa inerte insensível ao mundo que os rodeia, se buscam incessantemente. Quando se acham acabam criando grupos isolados para auto-preservação; Não percebem que mesmo pintada com belas cores, é metálica a barreira que também constroem ao redor de si.

Só os práticos e racionais sobrevivem inteiros a um mundo em que a comunicação é feita de buzinas e toques de celular. Só os práticos e racionais sobrevivem a um mundo em que sonhar é sinal de fraqueza, inocência, ingenuidade. Mais alguns anos e chamaremos de verdadeiros amigos aqueles adicionados no Orkut, mais alguns anos e casamentos serão selados com apertos de mão."

Jamie Barteldes

http://thebestofjamiesofar.blogspot.com