terça-feira, 29 de maio de 2007

Estou na minha.
Não estou na sua.
Porque você não quis, claro.
E eu vivendo de escolhas,
que quando quero viver,
sim.
Que quando quero morrer,
não.
Vou me impondo,
a cada segundo,
que eu mesma esteja em primeiro
nessa história não primária.
Pois eu que não amo você,
sou eu que não amo ninguém.
Já nem há orgulho ou humilhação,
posto que as leis de um país
parecem funcionar apenas nas redondezas da aduana.
E... ah!
Meus pobres passos!
Pobres pés que não sabem aonde ir,
e mesmo assim vão.
Até que tudo...
até que nada.
Até que estejam frios,
assassinados.
E era uma vez alguém que nem falou que me amava,
porque nem sempre falo o que eu penso,
e se terminou dessa forma
nunca começou
e nem deveria ter começado.
É, pois, a fome
o maior problema do mundo.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Você nunca me perguntou o que eu achava,
nem se interessou em saber qual era a minha.
Você nem sequer sabia o que eu tinha,
mas queria ter
a mim.
Você fazia meu sangue correr rápido,
quanto ser gelado de morte.
Eu te odiei por semanas.
Meu tempo não é igual ao teu.
Estar cansada era o mínimo que eu poderia.
E no fim,
estou.
Não há mais o que,
porque eu não sei viver.
Não encontrei caminhos,
minha trilha se perdeu na imensidão.
E estar só
é o pior que pode acontecer,
às vezes,
na vida.
Como eu soube ficar sozinha,
Como aprendi a ser eu,
assim pensei que ficaria.
Mas não consigo deitar para dormir
quando há um cadáver ao meu lado.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

"Ando só
Pois só eu sei
Pra onde ir
Por onde andei.
Ando só
Nem sei por quê.
Não me pergunte
O que eu não sei.
Pergunte ao pó,
Desça ao porão,
Siga aquele carro,
As pegadas que eu deixei.
Pergunte ao pó
Por onde andei.
Há um mapa dos meus passos
Nos pedaços que deixei.
Desate o nó que te prendeu
A uma pessoa que nunca te mereceu.
Desate o nó que nos uniu.
Num desatino
Um desafio.
Ando só
Como um pássaro voando.
Ando só
Como se voasse em bando.
Ando só
Pois só eu sei andar.
Sem saber até quando...
Ando só"

e eu quero que o mundo exploda.
neste momento.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

SUBMUNDO

Os castelos de seus sonhos

Transformaram-se num palácio escuro,

Vermelho e negro,

Sombrio e gélido.

As noites tranqüilas

Tornaram-se como pragas.

Cada vez que os olhos doíam,

A angústia de ter que ver

O submundo real,

A paz se dissolvendo

Como o sal na chuva.

O frio doloroso que irrita a pele,

E o tremor do medo

Apavorando os sentidos.

Os gritos de socorro

Pedindo para acordar,

Ignorados pelo Grande Mal,

Que ria em sua tortura sem fim!

Debatendo-se em sua cama,

Mas circulando pelo reino hostil.

A luta travada,

Mas pelo quê?

E naquele momento ela percebeu,

Ali se iniciava a vida.

Morgana sentiu a dor de olhar para ele
e reconhecer, depois de tudo,
seu próprio irmão.

Agora estava entre Arthur e Lancelote.
Tinha o coração confuso.
Em um, a magia daquela noite de casamento do rei com a terra.
No outro, a lembrança do dia em que quase disse-lhe tudo o que sentia no Tor.
Poderia ter se entregado a ele;
poderia, agora, não ter tanto peso sobre suas costas.
Os dois, primos, amigos, fiéis um ao outro.
Nenhum deles sabia o que realmente se passava no coração daquela mulher,
que nem por ser pequena deixava de ter uma força maior que a que eles pensavam ter.
Estava ali uma mulher que pouco chorava,
sobrinha (ou filha?) de Viviane,
a Senhora de Avalon, a Grande Rainha do Lago.
A filha desprezada de Igraine,
amante do próprio irmão e apaixonada por seu primo,
Morgana das Fadas!

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Não acredito em promessas.
Acredito em sentimentos.
A realidade da vida
é a sensação.
Palavras não arranham a superfície
do que é um amor
ou um desamor.
Meus olhos brilham
e eu não sei mais...
Não suporto estar um pouco longe de você
Odeio te querer tanto.
Não quero esquecer.
As mãos gelam,
o corpo treme...
e pouco falta para que eu morra
ou enlouqueça.
Falta pouco para que eu caia
sem vida aos seus pés.
Hoje eu tive impulsos infantis
De beijar sua fotografia.
Tive ânsia adolescente de lhe escrever um poema ou uma carta
Sem que faltassem palavras.
Eu lhe diria para ficar feliz,
Pois você conseguiu me conquistar.
O tempo em que estivemos juntos,
Tive a fome adulta de te beijar,
De não deixar seus olhos desviarem dos meus.
Tive a incerteza cruel sobre o futuro
E as reflexões realistas
De quando se procura algo a exigir.
Tudo,
Quando não se precisa de mais nada.
Imaginando o grande vazio que se instalaria em meu coração
Caso decidisse expulsar seu nome de minha vida.
Tive receio de não ser tudo o que você esperava de mim,
Mas vi tudo lindo à minha volta.
Estamos apaixonados,
Não pode ser tão ruim.
Fico aqui,
Esperando pelo silêncio mais profundo da madrugada,
Ouvindo frases chorosas de um violino,
Abraçando-te a toda hora em minha recordação.
Agora beijo sua imagem quando queria beijar seus olhos,
Para depois adormecer em seus braços.
Abriu os olhos.
A escuridão se revelou.
Não existira a paz,
Já não estava sonhando.
A verdade se escondia,
Esquecera-se de viver.
Os filetes de luz da Lua
Que entravam pela janela
Zombavam dela como se dissessem:
“Que sonho tolo!
Que inocência infantil!”
O silêncio de ser observada
A fez sentir-se mal.
“A Lua não não é mais minha amiga
E ela sabe todos meus segredos.”
Perdeu-se na distorção do olhar
Manchado pela tristeza.
“Eu desejaria poder ver,
Apenas mais uma vez.”
Forçou o olhar para o lado.
E a rosa...
A rosa não estava mais lá.

Cheguei ao fim do trajeto.
Mesmo com o mérito não me sinto completa.
Meu medo está em não saber o próximo passo,
como em não poder prever o futuro.
Mas que tolisse!
Como se eu devesse sempre saber o que fazer.
Como se eu nunca tivesse que escolher um novo caminho.
Mais ainda,
como se a infinidade de rumos a se tomar
não tivessem passagens obscuras,
pelas quais eu ainda tenha que passar.
E agora?
Quando enfim, o ser humano se sentirá total?
Inerte
estava eu.
Gélida e branca,
como a Lua,
sozinha,
em silêncio.
Estava eu esperando,
e você não pôde saber.
Esperava dos seus lábios
a alegria para despertar.
Dormia,
eternamente.
Dormia,
mas ainda assim esperava.
E você não pôde saber.
Lhe dei algo pelo que lutar,
mas você
não pôde ver.
E eu esperei.
Meu silêncio não foi quebrado por lágrimas.
Minha voz não foi mais ouvida.
Eu esperei por você
mesmo que você não soubesse,
mesmo que não mais lembrasse de nada.
O que eu esperava enquanto vivia,
o que suplicava para depois viver...
mas não,
você não pôde saber.
Ante a miséria da vida
as mãos se juntam.
Os olhos recaem sobre o alto.
Mas de que valerá
uma única súplica?
Pois,
as valorosas súplicas
apenas são válidas com a freqüência.
A freqüência advinda da desgraça.
Estas,
que ferem,
por fim,
a dignidade do homem.
O tempo parou.
São quatro horas exatamente.
O relógio piramidal insiste em me lembrar do dia em que tudo começava a fazer sentido.
Como agora.
Tudo certo.
Tudo bem.
Mas um resquício de tristeza vem me torturar.
Sem motivo,
talvez,
sem propósito.
Não posso acreditar que existam pessoas que me queiram tão mal.
Menos ainda posso crer que isso possa me afetar tanto.
"A vida é assim...
eu tenho que me acostumar.
Os dias irão surgir,
O Sol irá brilhar... aqui."
Flores...
E eu celebro.
Vinho, rosas brancas, beijos.
Eu te quero.
Abrace-me e faça tudo isso ir embora.

Meus pés me levarão para longe.
Meus pés me levarão aonde devo ir.
Às vezes me surpreendo em frente à sua porta.
Às vezes meus dedos não esquecem seu telefone.
Às vezes minha mente ainda diz seu nome.
Às vezes meu coração diz que ainda te ama.
Há dias em que o maior desafio que existe é ficar sozinha e estar bem.
O passado sempre estraga tudo,
e por isso tenho que estar longe.
"Eu digo que sou complicada
Você diz que eu sou perfeita.
Eu digo que tenho medo
e você abre seus braços para mim.
Eu preciso aprender a sentir.
Você abre seu coração e me faz crer.
Eu receio não poder viver sem as lágrimas
e você chora comigo durante a noite.
Todas as horas,
no escuro,
sentindo você tão perto,
querendo morrer aqui.
Tão fria longe de você,
parecendo a rainha dos montes congelados,
do isolamento,
cercado pelo rio de lágrimas que eu chorei.
Afastando-me de tudo,
saindo da dor,
adentrando o silêncio.
Solidão.
E você está lá,
lá onde eu construí meu castelo.
Meus rios chorosos encontraram os seus,
e agora lamentamos juntos.
Nos abraçamos,
e eu acho que nunca estarei sozinha."
Paranóia.
Paranóia livre.
Os espaços tomando forma.
Tudo é cultura.
Tudo é o vazio.
Letras,
números,
lendas,
dias.
Tudo o que me cerca
é o combustível da paranóia.
Um ser,
outro ser.
Padrão,
lembrança,
novidade e medo.
Nisso se resume a existência humana
medo, vida e morte.
Todas as frases que não levam a lugar nenhum,
de uma madruaga bêbada, insana.
Sem medo das palavras,das idéias por vir.
O que eu vejo?
Que mundo é esse?
Os porquês do mundo ainda me são incômodos.
Diga-me se não há escolhas,
diga-me quais tomar.
O que significa essa loucura
de sentidos confusos?
Quantos lares já foram invadidos
pelos destinos implacáveis
originados pelo ser?
Não me diga o que está errado
pois você não sabe onde quer chegar.
Se eu me importo?
Sim, e a cada segundo.
Todas as vezes que você se distancia
eu vejo que não sei mais.
Queria apenas não querer,
não precisar saber,
porque na verdade a incerteza alimenta.
Penso que não deveria saber,
muita coisa ainda me assombra,
mas você nem deve saber.
Sou culpada por querer,
e queria não querer saber.
Esse saber maldito,
e eu também acho que nem sei onde quero chegar.
A lembrança que jamais se esquece,
O amor em que acreditas
Sem saber o que significa.
Mas sabes quem amas.
A voz que a chuva te lembra,
Aquelas gotas na janela,
O silêncio do fim das noites
E o sonho que contas
Sem sentido ao acordar.
As mãos que procuram
Durante as noites
Em sua cama.
Tudo é uma coisa só,
Sou eu, amor,
É você.
Sou eu que preciso
Sentir sua boca
Em minha pele,
Fervente,
Desejosa,
Que te diz:
"É real,
Mas é o sonho.
Esses sonhos alimentam
Os caminhos da vida".

terça-feira, 15 de maio de 2007

Reflexões sempre levam a algum lugar.
E se elas levam, não se está parado,
não se está sozinho,
bastante gente reflete.
E não há um lugar.
E não se está em um lugar apenas,
e não se está sozinho,
estamos juntos,
em algum lugar,
em algum tempo.
Como não se está parado,
o repouso que indica a morte não existe.
E há, conseqüentemente a vida,
ou a sobrevivência.
Nós,
vivendo,
em alguma parte.
Não há solidão.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

tive tudo...
e não tive nada.
parei de falar sobre sentimentalismos.
não vou mais.
não vou.
buááá
retardada.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Eu queria ser capaz de encantar alguém.
Eu queria abraçá-lo no frio,
Queria assistir filmes embaixo das cobertas.
Queria beijá-lo por toda a vida,
Por todos os cantos,
Olhos, rosto, queixo, nuca.
Queria dar-lhe as mãos,
E sentir que ganhei tempo ao invés de perdê-lo.
Queria deitar ao seu lado,
E ficar acordada mais tempo só para vê-lo dormir.
Pegá-lo no colo a dormir sobre mim,
E dormir sobre ele também.
E sentir saudades,
Mas só um pouquinho.
Desejar,
Bastante.
Esperar,
E ver a hora chegar.
Sentir medo,
E vê-lo se desfazendo quando ele se aproxima.
Ter no seu mais simples sorriso,
As respostas para tudo,
O motivo,
A vontade.
E correr ao seu encontro,
Abraçá-lo e beijá-lo,
E começar tudo outra vez.