Não estou na sua.
Porque você não quis, claro.
E eu vivendo de escolhas,
que quando quero viver,
sim.
Que quando quero morrer,
não.
Vou me impondo,
a cada segundo,
que eu mesma esteja em primeiro
nessa história não primária.
Pois eu que não amo você,
sou eu que não amo ninguém.
Já nem há orgulho ou humilhação,
posto que as leis de um país
parecem funcionar apenas nas redondezas da aduana.
E... ah!
Meus pobres passos!
Pobres pés que não sabem aonde ir,
e mesmo assim vão.
Até que tudo...
até que nada.
Até que estejam frios,
assassinados.
E era uma vez alguém que nem falou que me amava,
porque nem sempre falo o que eu penso,
e se terminou dessa forma
nunca começou
e nem deveria ter começado.
É, pois, a fome
o maior problema do mundo.