quarta-feira, 25 de abril de 2007

O suicídio é um poema edificado na mente.
Tão forte e arrasador quanto o próprio amor.
Tão ardente quanto a própra paixão,
que inunda o ser de um desejo ardil e inquietante,
e que não sossega
até que o que a alma deseja seja executado.
É uma obsessão que leva a um único destino,
tão singularmente exposto,
que reserva a cada fração de pensamento,
um momento eterno.
Não uma fuga à realidade
(O que é realidade, volto a perguntar?
Tudo o que vivemos não é fruto de impulsos elétricos?)
mas um mergulho ensimesmado,
em que na queda,
de braços abertos,
faz brotar um sorriso.
Uma forma de vda atraente sempre mais,
e que culmina
quando a fronteira entre o apego comum é ultrapassada,
originando seu contraste mais absoluto.
O que se teme.
O ser escondido na máscara de si.
O egoísmo tantas vezes evitado.
Como nascer para viver.
Como viver para morrer,
e morrer,
e viver novamente.

___---Escrito em 25/03/07

Enquanto Marcela caia,
seus últimos dois segundos clamavam desesperadamente pela vida.

Marcela Paim † 08/03/07 †
Descanse em paz, sua alma e sua memória.

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Então é isso?
Essa é a experiência a que os homens chamam vida?
Esses sentimentos interruptos,
essas emoções,
que sufocam,
de tanta dor,
felicidade
e surpresa
num único instante.
É isso,
a fonte de todo desespero,
porque os sentimentos estão dentro das mentes humanas
mas não se pode de jeito algum compreendê-los.
Por isso é que os momentos de silêncio são os mais raros.
Os mais caros.
Mais absolutamente preciosos
quando os olhos se encontram,
ou os lábios,
ou há conforto nos braços de alguém,
em que as palavras podem soar absurdas,
em que elas nunca devem ser professadas.