sexta-feira, 30 de abril de 2010

Tenho vontades e saudades.
Tenho de tudo um pouco
e auto-crítica suficiente para livrar-me do que não quero.
Sinto falta dos tempos em que amava loucamente.
Geralmente eu tinha um grande amor.
Tenho saudade da expectativa que me trazia
e da alegria sem medida dos encontros.
Saudade do que me causava, não do que me pesava o grande amor.
Porque eu nunca vou ter saudade de sofrer, isso não adianta insistir.
Sorte a de quem vive o grande eterno amor,
porque nesse momento sorrisos não o faltam.
Talvez tenha motivos para sorrir ao lembrar de tudo amanhã,
quando as águas forem mornas e os olhos estiverem cansados.
Sorte e felicidade são dois momentos que devem ser aproveitados,
realmente.
Tenho vontade de estar em outra era,
gostaria de ver tudo diferente,
conhecer as mesmas pessoas novamente e amá-las mesmo assim.
Ou gostaria de ficar imune,
nunca mais atrever-me a sentir nada.
Ajudaria ter a algum tempo
alguém com quem me deitar sob o céu escuro
e entre sorrisos e brilhos,
falar sobre o Universo.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Me encontre em Montauk...

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Que visível me parece agora a contradição cotidiana, a que telas de plasma e exaustivas jornadas de trabalho se ocupam de encobrir.
Qual a dificuldade de encontrar com júbilo o lazer tão propagandeado pelos bens de consumo apresentados, atualizados, adequados?
E então a tecnologia veio para o bem comum. Vislumbra-se modernidade, trabalha-se por ela, paga-se caro e economiza-se horas.
Guardamo-nos tempo pra quê?
Em que consiste o tempo livre em que nos agoniamos, procurando a tal felicidade?
Slogans nos indicam abstrações e superficialidades sem as quais, advertem, não há sorrisos.
E, após aquelas, outras há.
E tendo tudo, ainda não há nada.
Tédio...
O que estará errado nas leis de mercado?
O homem já tem incrustrado em sua psíque a compulsão, a necessidade (desnecessária) do consumo, a ânsia acelerada pelo fim de sua função, o comodismo pela falta de atenção ao tempo que lhe resta.
Deixa-se de valorizar o imaterial, sendo que as inter-relações humanas tendem a se distanciar cada vez mais no mundo moderno.
E desta forma, apenas o ócio e/ou o caos criativo de uns minutos o fazem enxergar que se vive hoje para o sustento das engrenagens e não mais por viver.
Qua quanto mais é impelido ao consumo, mais se insere no sistema de consumir mais.
E que o tempo livre serve para estimular a imaginação e suprir os desejos, que ele nem sabe mais se ainda vivem.

Escrito por mim em 2007.
Hoje eu ainda acrescentaria que a felicidade consiste em se adequar ao giro das engrenagens, e não de se buscar o que realmente importa. Não dá mais tempo pra isso.
Quando minha garganta ficou seca
qual lago a sol estridente,
respirei fundo tantas vezes quanto me distraíssem.
E é de sonhador que eu vou,
de Maiakovski e desejo de revolução,
é da vontade de um sorriso;
mas que este não me traga a quietude.
Não calarei as minhas angústias por medo,
nem tentarei entender os temíveis erros.
Nesses infinitos universos do planeta
hei de me esconder e de me revelar.
Não preciso do reconhecimento que não me dizem
pois sei muito do que pensam.
Mesmo quando esmorecer for inevitável
estarei em pé e ninguém saberá.
Andando por entre as massas,
serei a mesma de sempre, deveras,
mas de sorrisos e lágrimas ocultas estarei vivendo
e não morrendo nesse tormento.

terça-feira, 6 de abril de 2010

sinto que estou sendo preparada para alguma coisa.
só não sei para o quê.


**medo!!!**