sábado, 27 de maio de 2017

Não vou mentir,
Meu coração se aquece e vibra
A cada eclipse.
Esse esplendor ressoa ainda
Por dias depois que fecho a porta.
Minhas mãos frias denunciam
Que o fluido vital vive
Concêntrico,
No músculo involuntário.
Mesmo assim me controlo
A mim e à expectativa,
Aprendi a sentir sem exagero,
Sem o torpor do vício
Na sensação esplêndida
Que é conectar-se.
Deveras,
A consciência integral
Que vem de ouvir o coração
Ignora aspectos mundanos
De espera desenfreada
E de desejos sempre insatisfeitos.
Sou grata
Por tudo o que vivi,
E pelo que experimento agora.
Não alimento receios e esperanças,
Só aceito o que vem
Com o coração e a alma aberta.
Não existe medo nem dívidas.
Existe pés descalços
E a vida.